Panacéia dos Amigos

sexta-feira

O que é existencialismo?




A metáfora clássica da consciência como um continente onde conteúdos se alojariam dá lugar à metáfora moderna de um movimento, uma ação

Sabe-se que a rubrica “existencialismo” foi uma invenção da mídia francesa para dar nome a um movimento intelectual surgido no pós-guerra – a bem da verdade, ao que se tomou por um movimento, pois isso, ao menos no início, não esteve em questão para os autores. O termo, ainda que Sartre o julgasse mais tarde “idiota”, não deve ter-lhe parecido assim tão absurdo, pois o próprio Sartre dele se serviu em escritos menores (por exemplo, no texto daquela célebre conferência “O existencialismo é um humanismo”, que foi, por sinal, renegada por ele); e o mesmo fez Merleau-Ponty, publicando na recém-criada Les Temps Modernes alguns pequenos artigos sobre o assunto (“A querela do existencialismo”, “O existencialismo em Hegel” etc.). A bem da verdade, Merleau-Ponty preferiu mais tarde adotar uma outra rubrica, a “filosofia da existência”; com isso, ele pretendia não tanto marcar identidade própria, já que, com o tempo, o existencialismo terminou por confundir-se com a doutrina de Sartre, mas sobretudo abrir o horizonte para além da cena francesa do momento; mais do que isso, pretendia mostrar que a filosofia da existência é o traço distintivo de todo o pensamento moderno: menos que uma doutrina particular, uma doutrina entre outras (uma doutrina apropriada, como se diz ainda hoje, às angústias daqueles tempos ferozes), o existencialismo francês apenas retoma uma tarefa que é própria dos Tempos Modernos.
São esses os nossos tempos – o que Sartre e Merleau-Ponty já indicavam pelo título da revista criada por eles – e o seu começo remonta, ao contrário do que possa parecer, não a Descartes, embora em Descartes uma virada decisiva tenha se produzido com o aparecimento da subjetividade (em sentido estrito, ignorada pelos antigos e medievais), tão decisiva que toda a filosofia, ainda hoje, não pode ignorá-la, como não podemos ignorar uma espinha de peixe cravada em nossa garganta; mas não é ainda Descartes que define as tarefas que são as nossas, pois, se ele é o descobridor da moderna subjetividade, ele ainda a faz apoiar-se em um pensamento do infinito: se, por exemplo, Descartes tematiza a percepção, é menos para mostrá-la em sua contingência e finitude do que para pensá-la segundo um critério que a ultrapassa. Na formulação de Foucault, a questão colocava-se para os clássicos (Descartes entre eles) da seguinte maneira: dado que a verdade é o que é, como acontece de perceber como percebemos. A questão dos Tempos Modernos, ao contrário, começa por dar um sentido positivo à finitude.
O começo dos Tempos Modernos, aqueles de que o existencialismo se julga herdeiro, se encontra em Hegel, que, como se sabe, era uma obsessão naqueles dias – um Hegel, é verdade, aclimatado pelos célebres cursos de Kojève, dos anos 1930, e sobretudo o primeiro Hegel, o da Fenomenologia do espírito. Foi esse o primeiro passo a infletir a filosofia em uma direção que permanece, para o existencialista, a nossa direção, pois foi ali que apareceu um novo conceito de razão, uma razão alargada, capaz de explorar o irracional, o contingente, o singular; a tarefa que os existencialistas se davam (e que é ainda a nossa tarefa) é hegeliana: trata-se de explorar e integrar o irracional a uma razão mais alargada, mais compreensiva que o entendimento, e não será surpresa se, no final das contas, a filosofia tiver de abandonar a idéia de uma esfera própria e realizar-se na não-filosofia. Que se tome o conceito de experiência em operação na Fenomenologia do espírito: ele deve incorporar todas as manifestações do espírito, as que residem tanto nos costumes, nas estruturas econômicas, nas instituições jurídicas, quanto nas ciências; ele deve incorporar a experiência moral, estética, religiosa e deve fazê-lo de modo a revelar sua lógica imanente, em lugar de subsumi-la, por encadeamento, a uma construção conceitual. Daí porque Hegel interessava tanto aos existen-cialistas: ao recobrar para a experiência essa dimensão, ele abria a via para revelar o que ela tem de metafísica. A questão que se coloca já não é, como em Kant, a de saber quais as condições de possibilidade de uma experiência, que é, em Kant, puramente científica e cujo correlato é o mundo das ciências da natureza, mas a de revelar as condições de realidade da experiência efetiva, da experiência humana em todos os seus setores.
Mas há o Hegel do fim, do sistema, o Hegel contra o qual Kierkegaard não cessa de apontar suas críticas, aquele que julga o desenvolvimento do mundo e o declara acabado no Estado prussiano; esse Hegel é aquele que finge ignorar sua inerência histórica, aquele que finge colocar-se fora de qualquer situação, é o Hegel que se esquece de sua própria subjetividade. Não foi tanto Hegel, mas Kierkegaard, o primeiro a usar o termo “existência” em seu sentido moderno, diz Merleau-Ponty, e esse sentido é precisamente aquele consubstanciado na crítica de Kierkegaard a Hegel: a existência não se deixa absorver pelo conceito, pelo sistema, pela idéia. A existência implica de imediato uma inerência, uma encarnação, uma situação que é inultrapassável pelo conceito. Verdade, nota Sartre, que é a religião que Kierkegaard quer defender, verdade que ele é um cristão romântico que luta contra a racionalização da fé, verdade que ele procura, incansavelmente, escapar à “terrível mediação” e que, por isso mesmo, seu subjetivismo religioso pode passar por cúmulo do idealismo, mas resta que ele tem razão contra Hegel e representa um progresso em relação a ele: ao afirmar que a vida subjetiva, enquanto vivida, não pode jamais ser objeto de um saber, Kierkegaard afirma a irredutibilidade do vivido, isto é, de um certo real ao pensamento e o seu primado. É essa incomensurabilidade entre o real e o saber que resta para o existencialista, o ganho definitivo de Kierkegaard – ainda, é certo, que ele envolva riscos de um irracionalismo, da afirmação obstinada de uma subjetividade vazia; daí porque, contra Kierkegaard, Hegel também tem razão: em lugar de deter-se em paradoxos da subjetividade, Hegel exige o “ultrapassamento”, a passagem, a mediação. Daí porque, para o existencialista, a questão é menos a de afirmar os direitos inalienáveis da subjetividade, mas a de encontrar nela sua própria transcendência; menos que mostrá-la insubmissa ao conceito, a questão é mostrar que o conceito se funda nessa estrutura existencial.
Assim, por exemplo, no momento em que Hegel vai tratar da alteridade (e esse tema é uma inovação hegeliana: ele vai de par com a inovação do conceito de experiência), Sartre nota que Hegel fala do ponto de vista de uma totalidade, não de seu próprio ponto de vista: se Hegel pode falar em um Todo, em um mundo humano que é mais que um agregado de sujeitos, mais que uma soma de indivíduos, é porque ele encontra um laço que une intimamente os sujeitos e os faz depender uns dos outros; ora, mas Hegel só pode fazer isso, objeta o existencialista em registro kierkegaardiano, abstraindo de sua própria consciência, visando à relação entre as consciências dos outros, tornando equivalentes o seu ser e o ser dos outros; é a esse preço que ele pode falar em totalidade, ao preço de esquecer-se de si mesmo, de sua própria existência. O idealismo de Hegel está aqui, na passagem ao ponto de vista do Todo. No entanto, daí não se segue – é o momento hegeliano tal como o existencialista o interpreta – que os sujeitos estejam ilhados em suas consciências, que eles não formem um mundo humano, que a comunicação seja apenas equívoco, que o outro não possa captar-me no âmago do meu ser: a existência do outro é tão certa quanto a minha e eu nem mesmo colocaria essa questão se ela não se assentasse em uma intuição do outro. Em suma, o verdadeiro cogito é esse “ultrapassamento” para fora de si, essa exigência contínua de um mundo, de um fora, sem o qual ele nada é, mas ele não pode jamais desvencilhar-se de si mesmo e tornar-se essa exterioridade para a qual ele é perpétuo “ultrapassamento”. O sujeito é inteiramente consagrado ao mundo, ele é-no-mundo, continuadamente fora-de-si, mas não pode jamais desfazer-se de si mesmo e tornar-se outro: a síntese hegeliana é travada antes de ela passar adiante, antes de converter-se em idealidade.
Esse sujeito existencialista – mais especialmente: o sujeito sartriano, pois aqui, agora, falamos apenas de Sartre – guarda alguns traços do seu homônimo mais célebre, o sujeito cartesiano, mas o cartesianismo de Sartre é mediado pelas leituras de Husserl, sua referência intelectual mais próxima. Sartre guarda o primado do cogito (é do cogito que se deve partir, ele diz); acontece que esse primado, em Descartes, é idêntico ao primado do pensamento, ele implica um sujeito de pensamento, de representações, de idéias: as idéias são em Descartes aquilo a que o sujeito deve se confinar se quiser buscar a verdade. Ora, o cogito sartriano não seria possível sem a crítica prévia de Husserl à noção de representação. Essa crítica vai implodir o sujeito clássico enclausurado em meio a suas idéias, pois dela sobressai a necessidade de distinguir ato e correlato, a consciência e aquilo de que ela é consciência.
Dito de outro modo: o efeito mais visível da crítica husserliana é a necessidade de voltar à descrição de modos de consciência, modos que a noção clássica de representação ignora (modo imaginativo, perceptivo, signitivo, intelectual etc.); assim, atos de perceber, de imaginar, de inteligir são diferentes modos de consciência e implica diferentes correlatos, diferentes modos de “objeto”. Ou, em termos mais conhecidos: toda consciência é consciência de alguma coisa, implicam um correlato, conforme reza a fórmula clássica da intencionalidade. Cada um dos diferentes atos de consciência possui sua estrutura própria, sua “essência”, e é isso que um clássico é levado a ignorar no momento em que, por um lado, traduz tais modos em termos de “faculdades” (faculdade de imaginar, de sentir etc.), como se essas fossem predicados de um sujeito, e, por outro, lida com o operador geral “idéia”. Resulta daí um duplo prejuízo: o sujeito cartesiano é um sujeito genérico, como que o suporte das diferentes faculdades, e a esse sujeito genérico corresponde uma idéia pouco clara de “idéia”, já que ela ignora, por sua vez, os diferentes modos do objeto.
Ora, essa crítica husserliana vai entusiasmar o jovem Sartre – que dela vai fazer um uso bem peculiar. Todos se lembram da história contada por Simone de Beauvoir, segundo a qual Raymond Aron teria estimulado o jovem Sartre a passar uma temporada na Alemanha para estudar Husserl. O episódio famoso se passou em um café, diante de um coquetel de damasco, e Aron teria dito: “Estás vendo, meu camaradinha, se tu és fenomenólogo, podes falar deste coquetel e é filosofia”. A partir daí, Sartre passaria longos anos debruçado sobre a obra husserliana e dela retiraria as possibilidades que ele buscava desde jovem: a de definir novamente o sujeito, a de superar o primado do conhecimento (tão marcante na filosofia francesa de então), a de fazer jus à diversidade da experiência humana. Daí a insistência no conceito de intencionalidade: em interpretação sartriana, dizer que a consciência é intencional é o mesmo que dizer que ela alcança o objeto em sua transcendência, que o mundo não pode ser convertido em minha representação, que a consciência não é um lugar de representações. Assim, perceber uma árvore não é desvanecer a árvore em uma miríade de sensações coloridas, táteis, térmicas etc., que seriam “representações”: não há elementos subjetivos imanentes, diz Sartre, de modo que perceber uma árvore é alcançá-la lá onde ela está, fora de nós. Daí a insistência de que Husserl libertou o mundo psíquico de um enorme peso ao lançar os conteúdos para fora e definir a consciência como intenção dirigida para o mundo.
A metáfora clássica da consciência como uma caixa, um continente onde conteúdos se alojariam, dá lugar à metáfora moderna de um movimento, um direcionar-se para algo, uma ação: a metáfora do continente é tipicamente espacial, ilusão oriunda do equívoco de pensar o sujeito a partir do mundo espacial; mas o sujeito é “esvaziado” de representações, ou antes, ele não é um “dentro” por oposição a um “fora”, um “interior” por oposição a um “exterior”; ele é uma intenção, uma visada; assim, em vez de espacial (e, por isso, estático e contemplativo), o sujeito será pensado em paradigma temporal (e, por isso, dinâmico e ativo). É assim que o sujeito se dessubstancializa (e só um sujeito temporal pode ser não substancial) e, por conta disso, ele deve ser definido não mais por aquilo que é, mas apenas por aquilo que fizer.
A via aberta por Husserl é imensa e um vasto campo de trabalho se abre para Sartre. Não é à toa que, ainda nos anos 1930, logo depois de ter voltado de Berlim, Sartre se dedique a fazer a fenomenologia de um desses territórios: servindo-se de instrumentos husserlianos, Sartre se volta para a imaginação; ele escreve A imaginação, obra crítica que procura explorar a confusão clássica entre diferentes modos de consciência, confusão que termina por ignorar a especificidade do ato de imaginar, e, logo depois, O imaginário, exercício de “psicologia fenomenológica” no qual aplica o princípio da intencionalidade e revela a essência desse modo de consciência.
Mas o principal da via aberta por Husserl não está aí. O principal está consubstanciado em duas obras: em um pequeno texto, escrito ainda em Berlim, A transcendência do ego, e na obra maior de Sartre, O ser e o nada. É que nessas obras, mais do que em qualquer outra, Sartre traz à luz a união de duas estratégias aparentemente antagônicas: voltar-se para o sujeito existente, para o sujeito concreto no mundo, por um lado, e afirmar o primado do cogito, por outro. Para isso, é preciso redefinir o cogito, mas, antes disso, é preciso mostrar que o ego descoberto pela reflexão é uma criação dela. O que isso significa? Significa que o campo da consciência, em sua pureza, é sem ego, sem persona; só uma reflexão purificadora pode descortinar uma tal consciência sem alma. Aqui, Sartre leva ao limite o princípio da intencionalidade, tornando o próprio ego um objeto, um objeto especial, certamente, mas um objeto transcendente visado por nós a cada vez que operamos uma reflexão, isto é, a cada vez que reunimos nossos atos perpetuamente fluentes em uma unidade e dizemos: “eu lia”, “eu tocava piano” etc. Com isso, Sartre deixa em aberto a possibilidade de descrever a consciência em ação no mundo, aquela de nossa experiência espontânea, irrefletida, tal como ela é antes que nosso olhar reflexivo lance sobre ela aquilo que ela, originalmente, não tem.
Mas daí não se segue que a experiência irrefletida seja inconsciente de si mesma. Todo ato é consciente de si mesmo sem a necessidade de um concurso da reflexão, cada ato se sabe a si mesmo de dentro porque cada um deles, autonomamente, faz unidade consigo mesmo, e cada um se sabe a si mesmo sem que um Eu, além desse ato, o veja realizar-se, como se houvesse um pequeno Eu dentro de cada um de nós (como uma identidade além do fluxo dos atos) que os veria fluir e permaneceria incólume a essa fluência. O ato é para si, ele não é para um Eu. Daí porque Sartre vai dizer que toda consciência é consciente (de) si – assim mesmo, com o “de” entre parêntesis, designando com isso que essa consciência (de) si não representa uma segunda instância, que ela não exige um novo ato. Esse apuro obedece ao princípio fenomenológico de ausência de pressupostos, aquele que pretende acolher o fenômeno em sua pureza.
Ora, visto de perto, cada um desses traços apontados por nós – da herança de Kierkegaard, que afirma o primado do existente, à interpretação de Husserl, segundo a qual a filosofia vai encontrar o fenômeno (isto é, ela será verdadeiramente radical) se voltar-se para a experiência irrefletida – aponta para um mesmo alvo: o existencialismo sartriano muito facilmente pode ser confundido com uma forma de antropologia, isto é, de um discurso que se coloca no mesmo plano das ciências empíricas e que por isso compete com elas. É esse risco que coloca a questão maior ao existencialismo, questão cuja resposta exige longas considerações, a questão relativa ao estatuto do seu discurso: afinal, que é o existencialismo?

Fonte: http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/o-que-e-existencialismo/

quarta-feira

6 invenções incríveis que foram esquecidas


A obsolência programada já faz parte do nosso vocabulário quando pensamos nas novas tecnologias. A produção tecnológica é tão intensa que as inovações acabam suprimindo as tecnologias anteriores (algumas bem recentes), que logo são deixadas para escanteio. Mas ao longo da história esse esquecimento é ainda mais expressivo. Muitas invenções e processos simplesmente desapareceram – e alguns não são nem mais compreendidos. Confira 6 invenções incríveis que esquecemos e hoje lembramos como lendas:

1. Máquina de Antikythera

Muitos se referem à máquina de Antikythera como o primeiro computador da história. Ela foi descoberta em 1900 entre os destroços de um navio naufragado, recuperado nas proximidades da ilha grega de Antikythera, que deu nome ao objeto que data do século 2 a.C. Considerado um dos mais incríveis dispositivos mecânicos da Antiguidade, a tecnologia despertou o interesse e a curiosidade de inúmeros pesquisadores, que trabalharam para entender seu funcionamento e uso – um mistério por muito tempo.
Hoje, os cientistas alegam que o mecanismo metálico, composto por uma complexa combinação de engrenagens, era usado para marcar e mostrar as posições do Sol, da Lua e dos planetas. A tecnologia previa o movimento dos astros, eclipses e funcionava também como um calendário que marcava determinadas datas e eventos. O mecanismo original está exposto na coleção de bronze do Museu Arqueológico Nacional de Atenas.

2. Fogo grego

Um fogo que pode queimar na água. Pode parecer obra da ficção, mas o fogo grego foi uma arma incendiária usada pelos bizantinos durante o século 11. Exércitos do Império Romano do Oriente venceram inúmeras batalhas no mar com a vantagem da tecnologia que, além da substância química, exigia navios especializados e bocais pressurizados, os siphōn, que atiravam o líquido sobre os inimigos.
Não se sabe ao certo a origem da tecnologia bélica. Entre teorias e especulações, alguns historiadores atribuem a invenção a um arquiteto da então província da Fenícia, em 672, e outros acreditam que a arma não tenha sido criada por um único indivíduo, e sim pelos químicos de Constantinopla.
Na época, a relevância do fogo grego entre os bizantinos era tanta que a sua formulação foi atribuída à intervenção divina – mais um motivo, além das estratégias militares, para o Império Bizantino ter mantido sua composição e sistema produtivo sob o mais absoluto sigilo. Inclusive, nem a captura de navios inteiros com a substância foi suficiente para os árabes ou os búlgaros reproduzirem a arma. Até hoje o mistério se mantém, e a composição do mítico fogo que queima na água permanece desconhecida.

3. Vidro flexível

Entorta, mas não quebra. Esse era o princípio da vasilha de vidro que um artesão romano levou às mãos do então imperador Tiberius Caesar (42 a.C. – 37 d.C.), que derrubou o objeto no chão. O vidro não quebrou, mas o ponto onde foi atingido ficou amassado e o artesão usou um martelo para corrigir o estrago. Pelo menos essa é a história responsável por tornar o vidro flexível uma invenção conhecida e objeto de interesse para curiosos.
O problema é que a história continua: o artesão, que clamava ser o único conhecedor da técnica de produção da tecnologia, foi decapitado a mando do imperador, que temia que o novo material pudesse prejudicar o valor de metais como o ouro e a prata. E, junto com o artesão, mais uma grande invenção teria se perdido.
Lenda ou não, recentemente pesquisadores e empresas têm se empenhado para produzir tecnologia similar. É o caso da companhia norte-americana Corning, que anunciou em 2013 o Willow Glass, um tipo de vidro ultrafino e flexível que pode ser ”embrulhado” ao redor de um objeto.

4. O primeiro sismoscópio

A detecção de terremotos ainda é um problema para pesquisadores e povos que dependem dessas previsões. O desenvolvimento de mecanismos e sistemas capazes de executar tal tarefa corresponde a um trabalho contínuo e gradual. Hoje, contamos com sismógrafos, tecnologias que conseguem detectar e mensurar movimentos sísmicos.
Mas o primeiro sismógrafo foi inventado em 132 na China pelo astrônomo, matemático e engenheiro Zhang Heng. O aparelho era um grande vaso de bronze, de quase 2 metros de diâmetro. Do lado de fora, oito dragões distribuídos de forma equidistante pela parede, com as cabeças para baixo, marcavam os pontos cardeais principais. Quando ocorria um tremor de terra, a boca do dragão se abria e uma bola caía dentro da boca de pequenas estátuas de sapos, indicando o momento e a direção em que ocorreria um terremoto.
Embora existam documentos explicando o funcionamento da tecnologia, o aparelho original nunca foi encontrado. Em 2005, cientistas chineses conseguiram produzir uma réplica da invenção e a testaram com terremotos reais. O sismoscópio não só detectou todos os terremotos que ocorreram durante a experiência, como os dados produzidos pelo mecanismo foram compatíveis com os gerados pelos sismógrafos modernos.

5. O navio “bola rolante”

No começo do século 20 não era atípico ler uma notícia sobre o mais novo projeto de navio movido por rodas que chegavam até o chão abaixo da água. Um desses projetos, desenvolvido por um inventor da Califórnia, nos Estados Unidos, recebeu uma patente em setembro de 1933. Apelidado de “the rolling ball” (a bola rolante), o desenho do navio consistia em uma esfera de metal gigante e oca, ligada ao carro-navio por uma estrutura no formato da letra “y” invertida, onde as pessoas seriam acomodadas para o transporte.
Dentro da bola funcionavam os motores movidos a diesel, responsáveis pelo rolamento da estrutura. Enquanto protótipos similares de outros inventores já haviam sido testados em rios e lagos, o novo projeto pretendia alçar novas águas, mais especificamente as do Oceano Atlântico.

6. Lentes preguiçosas

Mais próxima do nosso cotidiano, essa invenção se popularizou apenas entre os leitores mais preguiçosos. Em 1936, depois de seis meses de pesquisas conjuntas com especialistas em óptica, o publicitário estadunidense Clarence Warner lançou os Bed Specs (óculos de cama), apelidados de “lentes preguiçosas”.
Os óculos prometiam ao usuário uma leitura confortável: um prisma triangular produzia um ângulo de 70 graus para a visão, o que permitia que a pessoa lesse livros posicionados sobre o corpo, enquanto deitada. Os óculos chegaram a serem vendidos nos Estados Unidos por 19 dólares..

terça-feira

TERIA SIDO JESUS CRUCIFICADO? PESQUISAS ARQUEOLÓGICAS.







No começo do verão de 1968, alguns arqueologista dirigiram-se à V. Tzaferis onde foi descoberto quatro caverna-túmulos no Giv'at ha-mivtar (Ras el-masaref), que está ao norte de Jerusalem, perto do Monte Scopus e imediatamente a oeste da estrada de Nablus. Um dos túmulos, revelou-se , através da avaliação das cerâmicas, que não havia sido tocado desde 70 ac.. Esses túmulos, de família com câmaras, faz ramificação e tinham sido esculpido em rocha calcária, pertencia ao cemitério Judaico do tempo faz que se estende pelo Monte Scopus Dentro das cavernas, foram encontradas quinze ossários em rocha, que continha o esqueleto de trinta e cinco indivíduos. Esses esqueletos revelam sob o exame de especialistas um conto aterrador da turbulência e agonia que confrontava os Judeus durante o século em que Jesus viveu.
Nove dos trinta-cinco indivíduos, tinham encontrado morte violenta. Três crianças, próximas em idades de oito meses a oito anos, que morreram de fome. Uma criança de quase quatro anos, morreu depois de muito sofrimento após ser ferido por uma flecha que penetrou a esquerda de seu crânio ( occipital). Um homem jovem de aproximadamente dezessete anos, foi queimado cruelmente.. Uma mulher ligeiramente mais velha também morreu sob tortura. Algumas mulheres de quase 70 anos sofreram esmagamento; seus ossos despedaçados. Uma mulher com feto na pelve. Finalmente, e mais importante para esta nota, um homem entre vinte-quatro e vinte-oito anos de idade foi crucificado.
Seu nome, Jehohanan,estava cunhado em letras de 2. Ele foi crucificado provavelmente entre 7ac, o tempo da recolta do censo, e 66 ac, o começo da guerra contra Roma.... Segundo Dr. N. Haas, do Departamento de Anatomia da Universidade Hebrew—Hadassah, Escola médica Jehohanan experimentou três episódios traumáticos. O palato no lado direito e a assimetria, em seu rosto , provavelmente resultado da. Tudo com marcas de violência. Nenhum outro esqueleto resultante diretamente ou indiretamente de crucificação. Uma descrição da morte do Jehohanan poderia servir para esclarecer a morte por crucificação e , conseguinte, o sofrimento do Jesus. Ambos crucificados pelos Romanos no mesmo século e não longe das paredes de Jerusalém.
O terceiro osso radial direito contem uma ranhura que foi provavelmente causada pela fricção de um prego no osso. Seus braços foram pregados ana patíbulo através dos antebraços e não através dos pulsos. Ao contrário dos retratos costumeiros em pinturas e biografias, Jesus teve seus braços furados e não suas mãos. Nós deveríamos provavelmente traduzir unicamente duas passagens nos Evangelhos que mencionam a crucifiicação de Jesus (Lk 24, Jn 20) não como mãos, mas como narra Hesíodo, o médico Rufus, e outros como 'braços. Daqui, segundo o Jn 20, Jesus disse ao Thomas, 'coloca seu dedo aqui e observa meus braços...'
As pernas tinham estado pressionadas juntamente, curvadas, e torcidas para que ficasse paralelo ao patibulo. Os pés estavam seguros à cruz por uma prego de ferro dirigido simultaneamente através de ambos tuber calcanei. A prego de ferro continha a cabeça arredondada Fragmentos de madeira (Pistacia ou Acácia), uma crosta faz limo, uma porção de osso direito, uma peça menor de osso esquerdo, e um fragmento de madeira de oliveira. Aparentemente Jehohanan foi pregado à madeira de oliveira com o pé direito cruzado acima e à esquerda. Dr. Haas achou indubitável em concluir que um prego de ferro curvou aproximadamente 2 cm porque foi necessário a amputação de seus pés para remover o cadáver da cruz.
Jehohanan foi à cruz, presumivelmente após um intervalo de tempo, suas pernas foram fraturadas. Foi atingido violentamente por uma arma maciça, despedaçando o shins direito , e fraturando os esquerdos, que estiveram contíguos com a cruz (simplex), em uma linha oblíqua, simples. As descobertas acima, jogam alguma luz na maneira em que Jesus morreu. A Arte Cristã tem continuamente retratada Jesus como anexado à cruz com as extremidades estendidas. O dorso do Jehohanan foi forçado dentro uma posição torcida.curva e anormalmente torcido. Desde o prego curvado. Com apoio suficiente para prolongar a tortura. Se Jesus foi crucificado de modo parecida, e nós não podemos estar certos deste embora isto É provável, seus músculos do contorcidos provavelmente poderiam gerar contrações espasmódicas (tetanizantes) cãibra e rigidez poderia futuramente permear o diafragma e pulmões a fim de impedir a inspiração e expiração de Jesus que poderia morrer depois de seis horas. Os dois crucificados com Jesus, entretanto, não morreram assim rapidamente. Pode ser que eles não tenham sido previamente torturados, ou porque eles tenham sido crucificados de outra maneira.
Talvez seja lógico assumir que Jesus tinha sido o centro de atenção para, ao menos a semana precedente ele receber mais atenção de seus executores. Especialmente pelos outros serem julgado ser ladrões ou criminosos (cf. Km 15, Mt 27, e Lk 23) mas Jesus foi condenado por inssurreição contra Roma. Essas especulações se extendem além de todo os dados disponíveis: Por que Jehohanan foi crucificado, por que suas pernas foram quebradas, e se havia uma particularidade para casos de insurreição. Jesus não podia viver que sete horas porque o Sabbath não podia ser violado, especialmente por que Jerusalém era conservador.
Em conclusão, nós temos evidência empírica de um crucificação de ágora. Morte em uma cruz podia ser prolongada ou rápida. Os dados da arqueologia são resumidos acima. A crucifixão de Jesus, que não possuía o físico de um gladiador. Depois a violência brutal por parte de soldados Romanos, que teriam a oportunidade de saborear a liberação de seu ódio aos Judeus e aborrecidos com a vida dos Palestinos, Jesus estaria praticamente morto. Metáforas não deveriam ser confundidas com realidades, nem fé com história. Isto está não é uma confissão de fé para assegurar que Jesus morreu no Golgotha numa tarde de Sexta-feira;
Isto é uma probabilidade obtida pelos mais alto cânones de pesquisa histórica científica. Os humanistas e racionalistas, à pergunta por que Jesus morrer assim tão rapidamente. Nenhuma resposta tem sido aceitável em círculos de críticos; nota, por exemplo, o comentário concluído na maioria das recentes 'biografias" de Jesus. Agora por que fez ele deixa Galiléia e se dirige à Jerusalém? Jesus aparentemente em algum ponto toma uma decisão para deixar seu território de casa e move a Jerusalém. Isto poderia parecer que ele teve algum sentido de missão, o que está claramente e que os evangelhos sugerem. Que ele se sentiu compelido para ir a Jerusalém.
Mais que não está inteiramente clara a perspectiva histórica, mas isto parece aquele Jerusalém, onde o templo foi localizado, talvez em um dos Dias Sagrados, um dos festivais que foi a atração para ele para ir e participar....os judeus comemoram um dos eventos históricos mais importantes na tradição Judaica. A escravidão do Egito, um estória de Moisés e o Êxodo. Era uma celebração de identidade Judaica centralizada no Templo si mesmo. Especialmente nos tempos antigos quando o Templo estava erguido e foi a peça central do evento inteiro
Isto pode ser o caso das autoridades Romanas ficarem particularmente preocupadas nos tempos destes festivais quando havia os potenciais para aumentarem as insurreições políticas e agitações. As autoridades, na época de Herodes e certamente sob os governadores Romanos, vigiavam a cidade. Isto É alegado por Josephus pelo fato de Herodes e então os governadores, autoridades e os magistrados civis de Jerusalém estariam preocupados com esse evento.
Segundo uma estória tradicional, Jesus foi ao Templo durante uma estação da páscoa, e fez alguma coisa completamente estranha, reclamando que para comprar e vende na casa do Senhor É uma transgressão contra Deus.
Uma dificuldade com a estória de Jesus É dita em caminhos diferentes e em evangelhos diferentes. Por exemplo em evangelho de Marco, Mateus e Lucas, todos três, este evento ocorre na última semana de vida de Jesus e é claramente o evento que traz a ele à atenção ambas da liderança de Templo e as autoridades Romanas.
Assim qualquer motivo que um protesto represente, deve ser contra alguma espécie de idéia de que o Templo deveria ser. Isto pode ser o caso de que Jesus represente a mesma espécie de crítica que os Fariseus poderiam trazer contra o Templo, que de fato a espécie de piedade que acontece unicamente uma vez um ano no Passover
É alguma coisa que deve acontecer todo dia e toda semana em suas vidas particulares. Naquele sentido, Jesus criticou o Templo e os Fariseus desejando fazer daquele templo, local de oração. Desejando fazer isto muito mais pessoal. Outra possibilidade embora é Jesus ser mais afeito aos Essênios também criticava o fato o templo, ou talvez somente também Romano o que fariam com que eles olhassem Jesus como um subversivo.
Que teria acontecido à Jesus depois do incidente de Templo é um fato obscuro. Ele provavelmente teve uma experiência, mas seria uma justiça suja e rápida antes o tribunal do governador. a evidência que nós temos pelo modo de execução, por virtude das estórias de experiência como ditas nos evangelhos e por virtude de que aparece na estória dele morte real, sugere que isto finalmente caiu ao Pilatos. Que o papel da autoridade Judaica está na prisão real e execução de Jesus É difícil para dizer. É claro nas estórias tradicionais dos evangelhos eles têm um papel pesado, e isto pode muito bem ser que a liderança de Templo seria interessante.
Não há provavelmente nenhuma evidência histórica direta para uma experiência antes o Sinédrio e uma liderança Judaica e claramente um crime da decisão para executar , foi principalmente uma decisão Romana. Crucificação foi alguma coisa muito real. Há também muitas fontes antigas que falam sobre isto. Josephus ele mesmo descreve um números de crucificações na Judéia aproximadamente neste tempo. Assim nós podemos estar honestamente confiantes [do crucificação] como um evento histórico porque isto foi muito comum naqueles dias e muito aplicado. Historiadores de agora e outras espécies de arqueólogos, de pesquisadores tem dado vários caminhos diferentes de compreensão na prática da crucificação real.
Com toda probabilidade os pés, foram pregados um ou outro diretamente através dos ossos na cruz. Isto sugere realmente que a crucificação foi uma forma muito agonizante e lenta de morte. Isto é não sangrar.
É uma exposição aos elementos e uma perda de respiração que produzimos morte gradual. Isto É uma morte agonizante. A arqueologia, até a descoberta que foi feita nos tempos recentes de um osso real de um homem que foi encontrado com uma prego ainda fincada nele. Isto aparentemente demonstra que alguém realmente experimentou crucificação....
Agora que sabemos que aparentemente um prego foi utilizado para colocar-lo na cruz através do osso dilacerando do tecido e como um resultado nós temos uma daquelas poucas peças de evidência que nos mostra que a prática era realmente existente..
Que a significação do sinal da cruz?
Quando nós olhamos para estórias de crucificação de Jesus nos evangelhos como fases diferentes, os episódios diferentes que ocorrem entre a prisão e o jardim de Gethsemane, um experiência antes o Sinédrio, um experiência antes Pilatos, um espécie de cena final pública onde um decisão foi feita: enviar o Jesus à cruz.
Não foi um mero artefato literário; alguma coisa realmente aconteceu a Jesus. A placa que foi pregada à cruz , identificada –o como Jesus, Rei dos Judeus. Esta peça de evidência sugere que ele foi executado pelas autoridades Romanas em alguma carga de insurreição política Por um momento Pilatos poderia ter se preocupado com Jesus. Ele podia desafiar o império.

E que É que acontecido?
O que parece ter que acontecido a Jesus... É provável que a placa pregada à cruz é uma das poucas peças claras de evidência histórica que nós temos. Precisamente porque isto reflete uma carga legítima sobre que os Romanos poderiam Ter ao pedir a execução e isto fica suposto um dos eventos centrais que realmente aconteceram.
Um placa que especifica ele como Jesus,rei dos Judeus, sugere que ele foi executado, foi um de insurreição política. Uma ameaça a Pax Romana mas ele também foi vítima da Pax Romana. Ele estava causando dificuldades. Ele constituiu um risco da segurança que os Romanos sempre souberam lidar nas províncias
Estudos Novos De Testamento modernos é que Jesus estava fomentando revolução. Jesus lidou com a existência de uma facção revolucionária ou alguém que foi subversivo ao estabelecimento Romano. Ele foi considerado bastante perigoso pois que ele tinha sido crucificado para isto. E, foi exatamente o que eles fizeram. Os Romanos tiveram um gênio para brutalidade. Crucifixão era considerada uma formula de humilhação e punição e se você fosse um cidadão Romano, certamente, você não podia ser crucificado. Só os escravos e pessoas consideradas abaixo da dignidade de cidadania Romana. Isto foi uma forma de terrorismo público....
Isto foi um trabalho Romano, não há erro sobre isso. As estórias do evangelho sobre a entrada de Jesus em Jerusalém, a confrontação dramática no Templo, a celebração de Passover e com eles, seus discípulos e o descanso, e crucifixão, certamente, são muitos dramáticos. Aos historiadores isto é um conjunto de problemas. Existem duas interpretações clássicas. Um é o ato revolucionário simbólico do Jesus no Templo em si mesmo, e a rejeição do Templo, que está dizer a rejeição de Judaísmo... em favor de uma nova religião que ele estava para introduzir.
Bem, que é uma interpretação Cristã maravilhosa, certamente, mas isto é inteiramente anacrônico e inteiramente inapropriado ao valor que nós pensamos em Jesus ele mesmo, como um Judeu, como um professor Judaico e um pregador e um homem que vivido e morrido na comunidade social de Judaísmo. Isto É muito mais provável, então, que ele é não revolucionário no sentido de destruir o Templo, ele está tentando purificar o Templo. Ele está preparando o Templo para seu novo, melhorado, purificado estado que acontecerá brevemente, no fim de dias.... Passover, certamente, é um festival de redenção. O tempo quando Deus atribui aos israelitas a liberação um milênio antes. Isto é então um ato que está muito dentro os confinados do Judaísmo, muito dentro dos confinados da crença Judaica. O Alto Padre, Caiaphas, teve que colaborar... com a ocupação Romana Eu tomo isto para entender que havia um trato ou seja lá o que for,entre o Pilatos e Caiaphas sobre como para tratar, abaixa classe especialmente, dissidentes que causam problemas no Passover (páscoa).
Que teria acontecido no Templo causando sua morte. Como nós encontramos no evangelho do João, diálogos entre o Jesus e Pilatos.

Fonte: Universidade de Harvard

quarta-feira

Conheça 10 pessoas que quase ficaram famosas


1. O quinto beatle

Pete Best foi o primeiro baterista dos Beatles. Foi convidado para entrar na banda, em 1960, um dia antes de Paul, George e John embarcarem para uma turnê na Alemanha. Eles passaram os anos seguintes tocando em bares de Hamburgo, mas seu salto para a fama só veio em 1962 – quando George Martin, dono do estúdio Abbey Road, ofereceu um contrato à banda. Com um porém: ele gostaria de usar outro baterista para a gravação. No dia 16 de agosto de 1962, Pete Best foi demitido por telefone pelo empresário dos Beatles e substituído por Ringo Starr. Um mês depois, os Beatles finalmente estouraram com a música Love Me Do. Best, que hoje tem 70 anos, passou a vida trabalhando como servidor público em Liverpool – e lançou um disco em 2008.

2. Os verdadeiros McDonald’s

Os irmãos Dick e Mac McDonald criaram o conceito de fast food e abriram sua primeira lanchonete em 1941, na Califórnia. A ideia fez um sucesso moderado até que, na década de 1950, outra pessoa teve uma ideia. Ray Kroc, que vendia máquinas de milshake para os irmãos McDonald, propôs que eles abrissem franquias pelos euA. em 1958, já eram 34 restaurantes, e mais 68 foram abertos só em 1959. Mas aí, em 1961, os irmãos resolveram vender sua parte no negócio para Kroc – que pagou o equivalente a us$ 19 milhões em valores de hoje. um belo dinheiro, com certeza. Mas um péssimo negócio. A rede se transformou numa multinacional gigantesca, com mais de 33 mil lanchonetes espalhadas por 119 países e faturamento de US$ 24 bilhões por ano. e os irmãos McDonald viram outra pessoa ficar multibilionária explorando a ideia e o nome deles. Mac morreu em 1971, e Dick, em 1998.

3. Ele não quis ser dono do Facebook

Joe Green dividia um quarto na Universidade Harvard com ninguém menos do que Mark Zuckerberg. Eles eram muito amigos e já tinham tocado um projeto juntos – a criação de um site em que os estudantes podiam dar nota para a aparência dos colegas. Para obter as fotos dos estudantes, Green e Zuckerberg tiveram de invadir computadores da universidade. Eles foram pegos e quase acabaram expulsos de Harvard. Por isso, Green ficou receoso em entrar na nova aventura do colega: uma rede social chamada The Facebook. Ele preferiu focar nos estudos para terminar a faculdade e recusou a proposta de Zuck – que ofereceu ações do site em troca de participação no projeto. A decisão custou (muito) caro. O valor de mercado do Facebook, que recentemente anunciou a abertura do seu capital, é de US$ 100 bilhões. Isso significa que, ao recusar as ações, Green deixou de ganhar cerca de US$ 400 milhões. Não ficou rico, mas fez uma coisa boa: depois de se formar, foi para São Francisco e criou o site Causes, um serviço de doações online que já arrecadou US$ 47 milhões para 50 mil instituições de caridade.

4. O suposto pai da aspirina

Arthur eichengrün, químico que trabalhava para a Bayer, criou a aspirina em 1896. em 1934, com o avanço da ideologia nazista, ele foi excluído da história devido a sua origem judaica, e a versão oficial dos fatos passou a atribuir a descoberta ao cientista ariano Felix Hoffman. Eichengrün passou a vida contando essa história – até morrer, em 1948, três anos após o fim da segunda Guerra, sem ser reconhecido. Em 1999, um historiador britânico reexaminou o caso e disse ter encontrado provas que sustentam a versão dele. Mas, até hoje, a Bayer atribui a invenção a Hoffman.

5. O Guns do Guns n’ Roses

Em 1983 o guitarrista americano Tracy Ulrich, mais conhecido como Tracii Guns, montou a banda L.A. Guns com o vocalista Axl Rose. Logo depois, Axl acabou deixando o grupo para montar outra banda, a Hollywood Rose. Dois anos mais tarde, ele e Tracii decidiram se juntar e formar um novo grupo: o Guns n’ Roses, que combinava o nome dos dois. Mas não durou muito, pois Tracii tinha o mau hábito de faltar aos ensaios. No mesmo ano da fundação do Guns, 1985, ele foi expulso. Em seu lugar, entrou um tal de Slash (Saul Hudson). A banda manteve o nome Guns n’ Roses e dois anos depois lançou seu primeiro álbum: Appetite for Destruction. Esse disco tem as clássicas Welcome to The Jungle e Sweet Child O’Mine e vendeu 28 milhões de cópias, deixando Axl e seus colegas milionários – exceto Tracii, que voltou para a L.A. Guns, onde está até hoje.

6. Inventou o Google, mas não levou

Em 1997, Hubert Chang conheceu Larry Page e Sergey Brin, os criadores do Google. Os três estudavam na Universidade Stanford foram apresentados por um professor e começaram a tocar um projeto juntos – o PageRank, sistema de classificação de sites que é a base tecnológica do Google. Alguns meses depois, Page e Brin perguntaram a Chang se ele queria que seu nome fosse incluído no projeto, que seria apresentado em uma conferência. E Chang disse não. Foi uma decisão incrivelmente burra, mas que na época não parecia: ele precisava terminar seu doutorado e não teria tempo para se comprometer com o projeto, no qual não acreditava muito. Chang continuou na universidade, onde concluiu seus estudos em 2003. Quando o Google já havia se transformado em superpotência, em 2007, ele finalmente veio a público reinvindicar a coautoria. Não deu em nada. Page e Brin negaram solenemente que Chang tenha participado. “Além da minha palavra, só tenho como prova os emails que troquei com o professor que me apresentou a Page e Brin. Infelizmente, o professor faleceu. O meu reconhecimento nunca virá”, admite Chang. Ele se mudou para Hong Kong, onde trabalha para empresas de tecnologia.

7. A um passo de Hollywood

Em 1966, Burt Ward era um ator de sucesso: ele fazia o papel de Robin na série Batman, bastante popular na TV americana. Em 1967, foi convidado para representar o personagem Benjamin Braddock no filme A Primeira Noite de um Homem. Ward preferiu ficar apenas como Robin. Foi uma aposta errada: a série parou de ser produzida em 1968. E aquele papel no cinema, que Ward tinha recusado, foi para um rapaz chamado Dustin Hoffman – que deu um show, foi indicado ao Oscar de melhor ator e se tornou um dos maiores astros de Hollywood. Ward fez mais de 30 filmes, mas só produções de baixo orçamento.

8. Pediu para sair da Apple

Ao lado de Steve Jobs e Steve Wozniak, Ronald Wayne fundou a Apple em 1976. Ele desenhou o primeiro logo da empresa e escreveu o manual de seu primeiro computador. Mas, duas semanas depois, se arrependeu – e vendeu sua parte por US$ 800 (equivalente a US$ 3 000 em valores de hoje). Wayne tinha ido à falência com outra empresa, 5 anos antes, e ficou com medo de que isso acontecesse de novo. Jobs e Wozniak chegaram a ir atrás do sócio e insistiram para que ele voltasse, mas não adiantou. A Apple se transformou na maior empresa do mundo, com US$ 428 bilhões de valor de mercado. Wayne? Fez carreira na Atari e em outras companhias de tecnologia e chegou a patentear várias ideias de gadget, mas nunca teve dinheiro para transformá-las em produtos de verdade. Hoje, dedica-se a comprar e vender selos e moedas raras.

9. Quase um popstar

Em 1982, Claudio Tognolli estudava jornalismo na mesma classe em que Paulo Ricardo – que tinha uma banda chamada Pif-Paf. Paulo Ricardo foi trabalhar em Londres. Ao voltar, chamou o amigo para tocar no grupo. Tognolli, que tinha perdido o pai e precisava sustentar a casa, disse ter recusado o convite. Seis meses depois, em 1985, a banda mudou de nome para RPM e estourou (seus dois primeiros discos venderam 2,5 milhões de cópias). Tognolli continuou no jornalismo e se tornou um repórter investigativo de renome. Procurado pela SUPER, Paulo Ricardo não quis comentar o assunto.

10. O criador do som portátil

Lançado em 1979, o Walkman fez um sucesso inimaginável – a Sony vendeu 186 milhões de unidades do aparelho, que virou ícone cultural. Mas sua verdadeira história começa antes. Em 1972, o teuto-brasileiro Andreas Pavel criou o Stereobelt: um toca-fitas portátil com saída para fones de ouvido. Ele diz ter apresentado o produto a empresas como Yamaha e Philips, que recusaram. Pavel decidiu patentear sua invenção na Itália em 1977 e nos EUA, na Alemanha, na Inglaterra e no Japão em 1978. “Eu achava que em um ano já estaria produzindo o aparelho”, declarou ao jornal The New York Times. Não deu tempo. Em 1979, a Sony lançou o Walkman. Pavel processou a empresa, numa luta que se arrastou até 1996 – quando a patente foi anulada e ele teve de pagar os custos do processo, US$ 3 milhões. “Perdi muito tempo e dinheiro e no fim perdi o processo também, de forma injusta”, diz. Ele não desistiu e afirmou à Sony que iria entrar com novos processos em vários países. Em 2003, a empresa acabou fazendo um acordo extrajudicial com Pavel, que ganhou uma indenização. Ele não revela o valor, mas a quantia é estimada em alguns milhões de dólares. Hoje, Pavel desenvolve alto-falantes e um novo tipo de telefone.

Fonte: Superinteressante