Panacéia dos Amigos

sexta-feira

Antoine de Lavoisier

"Na natureza, nada se cria, nada se perde, tudo se transforma"

Esta frase constantemente associada a Einstein na verdade tem relação com a Química e foi dita pelo químico francês Antoine Laurent de Lavoisier.

Antoine era o filho primogênito de Jean-Marie Lavoisier, um advogado da Suprema Corte do antigo regime francês. Nascido em Paris, sua família era rica o suficiente para garantir-lhe uma boa educação. Em 1753 começou a freqüentar o mesmo colégio em que seu pai estudara , o Collége Mazarin. Nos planos de sua família, Antoine deveria seguir a carreira do pai, mas logo de início ele dava sinais de que tenderia mais para as ciências que para o direito. Em 1760 ficou em segundo lugar em um concurso com um ensaio intitulado “Se a retidão de coração é tão necessária como a precisão da inteligência na busca da verdade”.

Mesmo assim, em 1761, Lavoisier, atendendo aos desejos de seu pai, matriculou-se na Faculdade de Direito de Paris. Sem deixar de lado seu gosto pelas ciências, enquanto estudava para se tornar advogado, estudava botânica, mineralogia e freqüentava cursos de química.

Formou-se em 1764 e foi prontamente admitido na Suprema Corte, mas seu objativo verdadeiro era a Academia de Ciências. Neste mesmo ano participou de uma competição com um projeto de iluminação das ruas de Paris. Seu projeto nunca foi implantado, mas recebeu uma medalha de ouro da Academia. No ano seguinte escreveu um trabalho sobre o endurecimento do gesso. Em 1768 apresentou os trabalhos sobre “técnicas para determinar os pesos específicos dos líquidos” e “o caráter das águas”, que lhe valeram uma indicação como assessor da sessão de química da Academia.

O dinheiro que receberia neste cargo era insuficiente para manter o estilo de vida confortável da classe média francesa. Ele aproveitou uma parte da riqueza de sua família para comprar uma participação na Fazenda Geral da França. Isto sim lhe daria dinheiro suficiente para dedicar-se mais às ciências. Começou como inspetor regional da Comissão do Tabaco da Fazenda Geral, fato que o obrigou a viajar bastante. Lavoisier aproveitou as inspeções para fazer explorações e pesquisas para compor um Atlas de Mineralogia, entre 1769 e 1770.

Casou-se em 1771 com Marie-Anne, que se tornaria, devido a sua habilidade com desenhos, ilustradora dos livros de Lavoisier. Ainda como inspetor geral, ele desenvolveu um teste químico para verificar a pureza do tabaco vendido na França. Suas habilidades com os números geraram resultados e em 1788 foi nomeado diretor do recém criado Banco de Descontos além da indicação para um cargo no Tesouro Nacional em 1790.

Antes disso, em 1775 passou a inspecionar a produção de sal. O sal era subproduto do refino de salitre, do qual se produzia a pólvora. Lavoisier foi a figura responsável pela melhoria técnica na produção da pólvora francesa, que se tornaria uma das melhores do mundo. Lavoisier tornou-se responsável pela Administração da Pólvora, mudando-se para o Arsenal de Paris, onde acabou construindo um magnífico laboratório para experiências em química e física.

Em 1783 foi nomeado para o Comitê Administrativo Central da Fazenda Nacional. No ano seguinte participou de um comitê que desmascararia o “magnetismo animal” de Anton Mesmer. Lavoisier adorava desmascarar charlatães, seja nas ciências, na venda de tabaco, na produção de pólvora ou na coleta de impostos.

As maiores contribuições de Lavoisier, no entanto, seriam na reformulação da química, que ficaria conhecida como "Nova Química Francesa". Em 1777 batizou o “ar deflogisticado” de Joseph Priestley como “Le Principe Oxygine” – oxigênio. Lavoisier era bom com as palavras e em 1779 batizou o flogístico com o nome de “calórico”. Nos dois casos, não foi só uma mudança de nome, mas uma mudança no conceito de cada “substância”. Em 1782 com a ajuda de Pierre Simon Laplace e baseando-se no “calor latente” de Joseph Black, construiu o “calorímetro de gelo” e com as experiências realizadas nele, chegou à conclusão que a queima de carvão, a respiração e a calcinação eram formas diferentes de combustão – um processo químico que consumia oxigênio. Em 1785, com a ajuda de Meusnier, elaborou equipamentos que permitiram a síntese de água a partir de dois gases: oxigênio e “ar inflamável” (hidrogênio). Estas pesquisas o conduziram a afirmar que “na natureza nada se cria”, era a lei da conservação da massa. Em 1787 publicou uma Tabela de Nomenclatura Química que listava 55 elementos químicos – um protótipo da tabela periódica.

Em 1789 estourou a Revolução Francesa, movimento que se revelaria especialmente violento contra a monarquia e a burguesia. Convenhamos que os cargos relacionados com as coletas de impostos não tornaram Lavoisier uma pessoa muito popular junto aos revoltosos. Apesar de toda sua contribuição para o progresso da ciência, Lavoisier foi guilhotinado em 8 de maio de 1794..

Fonte: http://fisica.saibamais.pro.br

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