Panacéia dos Amigos

quinta-feira

Walt Whitman

Contradigo a mim mesmo porque sou vasto.

"Esta manhã, antes do alvorecer, subi numa colina para admirar o céu povoado, E disse à minha alma: Quando abarcarmos esses mundos e o conhecimento e o prazer que encerram, estaremos finalmente fartos e satisfeitos? E minha alma disse: Não, uma vez alcançados esses mundos prosseguiremos no caminho."

"Nada está perdido ou pode ser perdido. O corpo, indolente, velho, friorento...as cinzas deixadas pelas chamas passadas... arderão de novo".

Marca a hora o relógio; mas, o que marca a eternidade?

Sei que sou sólido e são, para mim num permanente fluir convergem os objetos do universo; todos estão escritos para mim e eu tenho de saber o que significa o que está escrito.

"Quem anda duzentos metros sem vontade anda seguindo o próprio funeral vestindo a própria mortalha..."

Celebro a mim mesmo e canto a mim mesmo.

Existo como sou, Isso é o que me basta: Se ninguém mais no mundo toma conhecimento, eu me sento contente; e se cada um e todos tomam conhecimento, eu contente me sento. Existe um mundo que toma conhecimento, e este é o maior para mim: o mundo de mim mesmo. Se a mim mesmo eu chegar hoje, Daqui a dez mil ou dez milhões de anos, posso alcançá-lo bem disposto ou posso bem disposto esperar mais.

A afeição ainda resolverá os problemas da Liberdade;aqueles que se amam, tornar-se-ão invencíveis.

Creio que eu poderia transformar-me e viver como os animais. Eles são tão calmos e donos de si! Detenho-me para contemplá-los sem parar. Não se atarantam nem se queixam da própria sorte; não passam a noite em claro, remoendo suas culpas, nem me aborrecem falando de suas obrigações para com Deus. Nenhum deles se mostra insatisfeito; nenhum deles se acha dominado pela mania de possuir coisas; nenhum deles fica de joelhos diante de outro, nem diante da recordação de outros da mesma espécie que viveram há milhares de anos. Nenhum deles é respeitável ou desgraçado em todo o amplo mundo.

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