Panacéia dos Amigos

quinta-feira

Thor

Assisti finalmente ao filme de Thor. Eu estava receoso de ver um filme de um herói Marvel dirigido por Kenneth Branagh. Eu gosto muito do trabalho de Branagh. Muito mesmo. “Henry V”, “Muito Barulho por Nada”, “Voltar a morrer”, “Para o resto de nossas vidas”, “Frankenstein de Mary Shelley” (Bem,eu gosto) estão entre alguns dos filmes que mais gostei de assistir.

A questão é que eu não tinha certeza se Branagh conseguiria filmar algo tão pop (sem pejorativo de descartável) como um filme de heróis. Temia também ver Thor declamando suas falas, ou Loki bancando um Hamlet infeliz.

Felizmente, Branagh fez bem seu papel. Dirigiu com elegância e ofereceu um filme bom para assistir. A escolha de Chris Hemsworth já foi um acerto por parte do diretor. Eu já havia apreciado 10 minutos do ator como o pai de James T. Kirk, George Kirk na excelente versão de J.J. Abrams para "Star Trek". Talentoso e carismático bastou adicionar massa muscular e tivemos o ideal para interpretar o personagem.

No filme “Thor”somos apresentados aos asgardianos, seres imortais de outra dimensão, que, ao revelarem-se aos vikings, foram confundidos com deuses, iniciando a mitologia nórdica. Thor (Chris Hemsworth) é um príncipe desse povo, um jovem impetuoso e tolo, cujas ações desencadeiam uma nova guerra contra os Gigantes do Gelo, liderados pelo Rei Laufey (Colm Feore). Banido para a Terra por seu pai, Odin (Anthony Hopkins), ele precisa aprender lições de humildade se quiser tornar-se digno de brandir novamente sua arma, o martelo Mjolnir, e com ele seu poder imortal.

A imagens de Asgard, a morada dos asgardianos, são fantásticas, uma mistura de lenda nórdica e futurismo, bem ao gosto de Kirby nas HQs. Aliás, para leitores como eu é uma satisfação finalmente um filme ter a condições técnicas de trazer uma representação cinematográfica da cidade dos deuses que valha a pena ver.

Vale destacar (embora seja sempre uma aposta ganha) outro acerto do diretor de convocar o grande Hopkins como o "Pai de Todos", Odin. Este “monstro sagrado” empresta a Odin a nobreza e presença fundamental ao personagem. E o que dizer de Tom Hiddleston, o Loki? Desde a primeira cena eu vi Loki na tela, uma interpretação a altura de Hopkins, sendo que Loki por sua sempre dubiedade é tão mais difícil de interpretar! Quando fingia-se aliado conseguia expressar uma face angelical, mas era possível ver malícia em seus olhos, genial! Este inglês trabalhou com o diretor Kenneth Branagh na série Wallander, e ofereceu ao diretor , este sim, um tipo “Hamlet” atormentado desejoso da compreensão do pai, do poder, de encontrar o seu lugar, já que graças ao seu passado descobre ser um deus de dois reinos.

Uma das habilidades do diretor é a direção de cenas de batalhas, basta assistir seu primeiro filme “Henry V” para saber do que estou falando, portanto, atenção as sequencias contra os gigantes do gelo e combate com o Destruidor.

O filme tem defeitos de roteiro, nada grave, e se aceitamos que o super homem coloca um óculos e vira outra pessoa, acabamos aceitando que Thor vá se apaixonar loucamente por uma mortal a primeira vista (Natalie Portman). E que um Deus Nórdico furioso e pronto para a batalha, vindo de uma mitologia que prega morrer em combate, aceitaria se sacrificar sem luta para salvar nosso mundo...hmm...

Mas, estes detalhes de fãs mais atentos não tira o mérito do filme que tem um roteiro razoável, direção correta, bons atores nos papéis principais. Tudo isto torna “Thor” um “filme de herói” divertido que não compromete o entendimento de quem não lê HQs e satisfaz os iniciados da 9ª arte!

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